“A SECA”
(Ademir Carneiro de Oliveira)
Num exótico cenário
De cactos e sol ardente
Silenciosa, a fome
Mata mais que a enchente
Agreste é o meu sertão
Valente é o cidadão
Que se aventura
Ao trabalho a vida dura
Quantas bocas famintas
De fome, de sede, de integração
Olhos distantes, chapéu-de-palha
E pés no chão.
Defronte ao casebre
Magrelas as crianças são
Brincando de cavalo-de-pau
É a única distração...
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Ao céu murmuram uma oração
Em busca da chuva que não cai
Rumo ao riacho vão...
Terra rachada e pés sujos,
Esperança esgotada, trouxa na mão
Silenciam ao cair da noite
Entre lamparinas e lampião.
Ao longe, ouvem-se as rezadeiras
Lágrimas molhando o chão
Em meio a velas e terços
Toadas ao Padre Cícero Romão...
Privados da verdade...
Almas que anseiam pela cruz,
Solução desinteresse de poderosos
Entregue nas mãos de Jesus!
Poesia classificada no 6º Lugar em 1997.
Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos
Centro Cultural de Bangu - RJ.
Também faz parte da
Segunda Antologia da AELB em 2013.
"VIVA O AMOR"
(Ademir Carneiro de Oliveira)
Numa busca frenética do amor!
Ele está
dentro de cada um de nós.
Acontece sempre...
Quer nos
devaneios da juventude;
Quer na
sabedoria da maturidade...
Ele brota
como fruto do bom viver!
Para alguns,
uma florzinha roxa;
Para muitos,
coisas dos sábios...
O Poeta adverte:
“Quem sabe
faz a hora...”
Mas, “É
preciso saber viver!”
Feliz aquele que o encontra de verdade,
No ideal da reciprocidade, |
Para vivê-lo com toda
intensidade.
Diz-se:
achou a sua cara metade...
Se ainda não
encontrou, não se perca!
Um dia ele
vem...
O amor é o tempero
da vida!
Se o
encontrar, segure-o.
É lindo como
o desabrochar
De um sorriso espontâneo,
De um sorriso espontâneo,
E o olhar de
quero muito mais...
Brota como o
despertar de uma flor,
Livre como
o voo de pássaros...
Não o
sufoque, nem o aprisione!
Desfrute-o, enquanto
dure.
Sustente-o
para durar...
E, viva!